Um outro goleiro é possível...
Pessoal, depois de um tempo fora devido a problemas internáuticos, volto eu com minhas matérias jornalísticas.
Reparem o caso, o Flamengo perdeu mas a torcida aplaudiu o goleiro e reconheceu sua competência. Agora reparem o medo dele de reconhecer isso...
"É difícil falar sobre isso porque posso parecer individualista. Lamento a derrota do Flamengo. Mas posso dizer que esse reconhecimento é muito bom", afirmou Bruno, que terá seu contrato renovado para a Libertadores.
Qual o problema dele parecer individualista, já que ele é bom? Será que ele poderá não ser convocado para a seleção por ser individualista?
3 Comments:
Esse é o cerne da questão. Sei lá por qual motivo, prega-se a moral da solidariedade. É condenável buscar a própria felicidade, mas é exemplar buscar a própria felicidade fazendo caridade.
Essa é a moral dos nossos tempos.
Assisti a um discurso do Dr. Fernando Lucchese (aquele das "pílulas para viver melhor"), e ele disse que, mais do que altruístas, devemos ser espiritualistas. A diferença foi explicada pelo mesmo através de um exemplo cuja genialidade eu não consigo compreender:
Uma galinha, quando dá um ovo para o bauru, é altruísta, ou seja, apenas doa. A vaca é espiritualista, pois perde um pouco de si para dar o hambúrguer.
Nem preciso comentar nada a respeito do exemplo, de tão gritante a presença da doutrina do sacrifício.
É nesse tipo de pensamento que as pessoas abdicam da capacidade de desempenhar seus próprios papéis a imputam a si mesmas a culpa pelo fracasso alheio.
Esse caso do goleiro é uma metáfora perfeita para o conceito de moral que temos hoje. Não basta ser goleiro. É preciso desempenhar um papel que complete as lacunas deixadas pelos zagueiros, atacantes, laterais e afins, no exercício pleno de suas incapacidades.
É por que está investido dessa idéia podre que o goleiro teme ser individualista.
Só podia ser com o Mengo isso mesmo hehehe :P
Independe do time. Fato é que muitos medíocres, no Flamengo ou em qualquer outro time, irão se esconder atrás da competência individual de um atleta que está (talvez contra a sua vontade) sacrificando-se pelo grupo.
Isso é em todos lugares, muitos sentem-se acuados em se afirmarem individualistas pois temem que sejam banidos e excluídos da "sociedade". Óbvio que esse temor deve ser considerado, pois vários fatores influenciam, mas alguns poucos valentes ainda conseguem sacrificarem-se por eles próprios. Esses outros homens são possíveis.
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