Nós, os representantes dos representantes
Uma breve nota acerca do pronunciamento “histórico” de nossa
presidenta. Além de ouvir o pronunciamento e ouvir uma breve repercussão no
Jornal Nacional, não li mais nada sobre o assunto, por isso, a opinião aqui
emitida é rasa. Na verdade, não é uma opinião, mas uma observação.
A reforma política há muito vem sendo considerada necessária
ao país, sendo, inclusive, promessa de campanha de muito dos representantes eleitos
pelos cidadãos revoltados brasileiros. E tais representantes – analisando-os de
forma teórica – constituem-se em pessoas dignas, dotadas de conhecimento e
vontade de trabalhar pelo povo.
No entanto, nenhum governante ou parlamentar, até o momento,
teve coragem de propor uma reforma profunda, que acabasse com privilégios de
seus pares e, também, que causassem mudanças a cidadãos acomodados com o status quo que gozam diante dessa
precária representatividade.
Agora, está em pauta a realização de plebiscito para a
constituição de uma assembléia constituinte para tratar do tema.
Tal como dois mais dois são quatro, a união dos parágrafos
precedentes só me leva a uma conclusão: por que a população precisa de tantos representantes
se os mesmos só atuam quando a mesma população que os elegeu sai às ruas para
pedir que eles façam o trabalho deles. E o que é pior, transferem à população a
responsabilidade das decisões correlatas aos cargos nos quais estão investidos.
É a terceirização da responsabilidade governamental.
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