O Instituto Sagrado do Matrimônio
Afinal, o que é o casamento?
Parando para pensar no amor, e como estudante – não exemplar – de Direito, cheguei a algumas conclusões que gostaria de compartilhar com os colegas. Por que as pessoas casam?
Por amor? Ok, mas o amor é natural, correto? Decorre da atração física, sentimental, monetária, qualquer atração, mas nasce de algo que não se consolida em um contrato. Não é por que as pessoas estão casadas que se amarão mais, ou pior: não é porque casadas que irão se amar. Sim, contrato porque o casamento é um contrato. E, diga-se de passagem, um contrato em que as duas partes saem perdendo. Claro que sim! Veja bem, em um contrato-casamento, os cônjuges assumem obrigações que antes não tinham, e muitas delas relacionadas ao patrimônio de ambos.
Pois bem, mas o nosso outro colaborador poderá se manifestar a respeito daquela comunhão em que nenhum bem é dividido. Sim, então, se o casamento em si não refere-se ao patrimônio, e como já supra mencionado, não refere-se ao amor, a que então destinar-se-ia um casamento baseado nesse tipo de comunhão?
Esqueço de mencionar o caráter religioso do matrimônio, instituto sagrado que leva ao conhecimento divino que os dois cordeirinhos agora querem ser pastores. Se fosse esse o propósito da igreja, não acredito que as paróquias cobrariam tanto pelo aluguel de seus altares, púlpitos, coroinhas, coral e todos os mais diversos aspectos que contribuem para o teatro sagrado. (veja-se, nesse sentido, parte final do filme “O filho do noivo”, em que o padre faz um orçamento do casório).
Antes que critiquem a generalização, quero dizer que acredito naqueles que fazem uma festa só para compartilhar com os outros a sua felicidade. Mas aí, de novo, vai por água abaixo se for realizada a cerimônia na igreja. Conheço casais que se casaram no civil (e aí recai novamente a minha pergunta: pra quê?) e que deram uma festinha só para comemorar com o pessoal. Tudo bem. Mas fato é que o instituto do casamento, no que se refere à igreja e contrato societário, é algo sem a menor substância, que retira a condição natural dos homens para, mais uma vez, minimizá-los no que chamamos de sociedade.
2 Comments:
É, mandou um post bem estruturado e interessante.
Eu já tinha dito numa outra postagem que o casamento é um troço estruturado pela Igreja por questões capitalistas. E note-se que eu apoio o capitalismo, de uma forma geral. A família é a primeira micro empresa.
Por isso, o patrimônio era sempre unificado. Com o tempo, o golpe do baú começou a mudar de lado, e a brincadeira de unir patrimômio passou a não ser tão interessante.
Então, o divórcio, que outrora era sequer cogitado na sistemática brasileira, passou a ser concebido até mesmo na forma de separação total do patrimônio. Sim, separação no patrimônio na separação do casal, porque durante o casamento eu sinceramente não acredito que faça diferença.
É a velha história do cara que diz pra mulher ir passar um tempo na Europa pra melhorar o ânimo. Ela diz que não quer e ele manda ela comprar um carro novo. Ela diz que estava pensando no divórcio, e ele retruca que não queria gastar tanto.
Isso tudo é uma brincadeira, mas não deixa de ter seu fundo de verdade. Agora, o que creio ser o principal foco da postagem: porque um casal precisa da submissão de sua união à lei? Eu acho que por questão de segurança no ordenamento juridico, mesmo. Perante Deus? Orientação religiosa.
Sem juízo de valor sobre nenhuma das respostas.
Nunca vai acreditar?
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